Flexibilidade
A flexibilidade é uma qualidade física integrante da aptidão física para a saúde e para o auto-rendimento, sendo importante tanto para o atleta como para o sedentário. Para BLANKE e WERLANG, flexibilidade é a capacidade que cada articulação tem de mover-se em amplitudes de movimento específicas. Já segundo HOLLMANN & HETTINGER, flexibilidade ou mobilidade é o movimento máximo de extensão voluntária em uma ou mais articulações.
A flexibilidade pode ser classificada em: ativa, passiva e anatômica.
A flexibilidade ativa (FAt) se refere as possibilidades de movimento de uma articulação a qual se encontra limitada pelos músculos antagonistas que limitam o movimento.
A flexibilidade passiva (FP) consiste em a “não participação da pessoa que se movimenta” a qual fica bem relaxada para evitar a participação no maior grau possível dos músculos antes mencionados.
A flexibilidade anatômica (FAn), refere-se as possibilidade de movimentação real da articulação, onde não existe nenhum ligamento, cápsula ou músculos que limite o movimento. Naturalmente esta só é possível aos cadáveres.
Portanto, do ponto de vista quantitativo acontece o seguinte: Fat < FP < Fan. Ou seja, a flexibilidade ativa (numericamente ou goniométricamente) é menor que a flexibilidade passiva; e esta por sua vez é menor que a flexibilidade anatômica.
A Flexibilidade foi definida por Holland, como a qualidade física responsável pela “...amplitude de movimento disponível em uma articulação ou conjunto de articulações.”. Esta definição poderia ser complementada e enunciada como: “Qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”. Falar em flexibilidade é, portanto, se referir aos maiores arcos de movimentos possíveis nas articulações envolvidas.
A flexibilidade, ao contrário de todas as outras qualidades físicas, não é melhor quanto maior for. Existe um nível ótimo de flexibilidade para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas). Um nível de flexibilidade acima do desejado, além de não acarretar melhora da performance nem diminuição do risco de distensão muscular, propiciará aumento da possibilidade de lesões.
Alongamento
O alongamento é um tipo de exercício que visa a manutenção ou o aumento da flexibilidade através da realização dos movimentos de amplitude normal dentro dos limites naturais da mobilidade articular (refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de seus diversos componentes). O trabalho deste exercício é considerado indispensável e pode ser feito pela maioria dos indivíduos.
Segundo Dantas, alongamento e a forma de trabalho que visa a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e propiciar a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física.
Flexionamento
O flexionamento seria definido como a forma de trabalho que visa uma melhora da flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimentos articulares superiores as originais, ou seja, o flexionamento vai alem do alongamento.
A IMPORTÂNCIA DE TREINAR A FLEXIBILIDADE
A importância da inclusão de exercícios para o aprimoramento da flexibilidade, tanto para atletas quanto para sedentários, atuando principalmente no aspecto profilático em relação as lesões, é defendido por vários autores. A prescrição de exercícios de flexionamento proporcionará o desenvolvimento da flexibilidade; esta, por sua vez, reduz as lesões musculares, dá a sensação de um corpo mais relaxado, melhora a capacidade coordenativa, pois os movimentos tornam-se mais soltos, além de aprimorar a consciência corporal.
Outro aspecto de fundamental importância para o aprimoramento da flexibilidade (através de exercícios de flexionamento), é a possibilidade de reduzir o retrocesso desta qualidade física que ocorre com a idade. Ao se conservar o quanto seja possível uma flexibilidade ótima nas principais articulações do aparato motor, se estará impedindo a aceleração da curva negativa do comportamento da flexibilidade junto à idade, além de propiciar uma maior saúde à todas estruturas ligadas às articulações.
Além disso, a flexibilidade e importante para aumentar a qualidade e a quantidade dos movimentos. Melhorar a postura corporal. Diminuir os riscos de lesões e favorecer a maior mobilidade nas atividades diárias e esportivas.
A flexibilidade como valência física ou componente da aptidão física é considerada como um importante componente da AFRS - aptidão física relacionada a saúde e do desempenho atlético.
A flexibilidade é de suma importância na realização de determinados gestos desportivos e movimentos que de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem essa capacidade física. Ela aumenta a eficiência mecânica dos movimentos, fazendo com que o atleta tenha um desperdício menor de energia na execução de suas atividades, além de auxiliar na profilaxia de lesões e dos vícios posturais, reduzir as tensões musculares e auxiliar na melhoria da contratilidade muscular.
A flexibilidade é bastante específica para cada articulação podendo variar de indivíduo para indivíduo e até no mesmo indivíduo com passar do tempo.
Individualidade Biológica - a flexibilidade entre pessoas de mesmo sexo, estatura, idade e outros é complemente diferente em função do genótipo.
A flexibilidade mantém-se estável até por volta dos dez anos, porém ao entra-se na puberdade, começa-se a perder a flexibilidade paulatinamente, desde que não seja treinada.
As mulheres em linhas gerais têm demonstrado maiores níveis de flexibilidade do que os homens e essas diferentes se mantêm ao longo de toda vida.
As mulheres grávidas apresentam um maior índice de flexibilidade em relação ao estado normal pela influência de fatores hormonais.
Os autores apontam que a flexibilidade decresce com a idade, apontando para perdas mais acentuadas a partir de 30 anos, perdas associadas mais a falta de treinamento do que ao processo de envelhecimento.
Após os 40 anos de idade, há novamente um aceleração na perda da flexibilidade que é bastante influenciada por outros fatores, tais como padrão de atividade física e nível de saúde.
Ou seja, o treinamento da flexibilidade trás muitos outros benefícios ao corpo, a mente e a qualidade de vida. A seguir, veja alguns dos benefícios mais indicados pela literatura:
Benefícios a Nível Fisiológico:
- Regulação do tônus muscular;
- melhoria da coordenação inter e intramuscular;
- melhoria da regulação sangüínea;
- intervenção na melhoria das funções vegetativas;
- apóia a mulher durante a gravidez e parto;
- melhoria das funções respiratórias;
- retarda a aparição da fadiga e permite uma recuperação mais rápida;
- previne cardiopatias e outras doenças.
Benefícios a Nível Mecânico:
- Melhoria da amplitude de movimentos;
- facilita a economia da execução do gesto técnico;
- diminui a tensão da coluna vertebral;
- atua no equilíbrio e correção postural;
- equilibra a função sinérgica do movimento.
Benefícios a Nível Motor:
- Melhoria das qualidades físicas, principalmente da velocidade e da força;
- melhoria das qualidades motoras de coordenação, equilíbrio, agilidade, entre outras;
- favorece a aquisição das técnicas desportivas e desenvolvimento físico geral.
Benefícios a Nível Psíquico:
- Melhoria da auto imagem;
- atua como regulador nos estados emocionais;
- controla os estados de ansiedade e diminui a tensão psíquica;
- predispões o estado de relaxação;
- melhoria do conhecimento de si mesmo;
- possibilita momentos de reflexão e análise;
- melhoria das relações sociais.
Benefícios a Nível Higiênico e Pessoal:
- Ajuda no alcançar de uma beleza corporal;
- produz uma sensação de rejuvenescimento;
- melhoria da qualidade de vida;
- atua como facilitador da saúde.
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