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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vida do Atleta Sergio Del GRande

Sergio Del Grande O Grande responsável pela fundação do Clube foi Sérgio Seraphim Del Grande, brasileiro, casado, nascido em 12 de outubro de 1936, na cidade de São Paulo. SUA INFÂNCIA Sérgio era filho de José Del Grande e Thereza Jordano Del Grande, brasileiros filhos de italianos, industriais na época. Viveu sua infância no bairro do Paraíso, mais precisamente na Rua: Maestro Cardim, 1333, casa esta que até hoje faz parte do patrimônio da família. Jogava futebol e fazia estripulias no campinho do Clube Éden Paraíso, onde hoje é a famosa Av. 23 de maio. Aos 10 anos fez admissão no Colégio Arquidiocesano ( Colégio de Padres, dos Irmãos Maristas, tradicional em São Paulo). Aos 16, Sérgio já cursava o 1º cientifico. O Colégio era freqüentado, naquela época, somente por homens, e até hoje é localizado no Bairro de Vila Mariana, onde mantém suas atividades, para ambos os sexos. Lá haviam quatro campos de futebol, onde os alunos faziam aulas de educação física. Pela manhã tinha aulas teóricas e horário para estudar. À tarde, retomava as aulas, e no final delas, jogava futebol, orientado pelo professor. O ACIDENTE No dia 28 de outubro de 1951, um sábado, por volta das 16h00, Sérgio, juntamente com a equipe do colégio, treinava futebol, pois, no dia seguinte, domingo, eles pegariam o trem e iriam até Santos, para jogar contra o Colégio dos Irmãos Maristas daquela cidade. Neste treino ele, numa disputa de bola alta na área, caiu de costas na trave do gol, após cabeceá-la. Naquela época, as traves não eram arredondadas como hoje, que são feitas de tubo de ferro, com perfil redondo. Elas eram feitas de madeira, tipo “viga”, com perfil retangular, onde seus cantos formavam quinas muito acentuadas. Quando Sergio se recuperou da queda, tentou ainda entrar no jogo novamente, mas não tinha forças suficiente nem para chutar a bola. Formou-se nas suas costas um inchaço, tipo de um caroço, na coluna cervical. Como não tinha mais condições de jogar, trocou de roupa, e ainda conseguiu pegar o bonde para ir até sua casa. Lá chegando não conseguia erguer as pernas para subir as escadas que tinham na entrada de sua casa. O barbeiro e o farmacêutico, vizinhos a sua casa, foram quem ajudaram ele a subir essa escada bem como a outra que ia para o seu quarto, pois ele morava num sobrado. O ATENDIMENTO AQUI NO BRASIL No dia seguinte, domingo, seu quadro clínico se complicou e ele já não mais conseguia ficar em pé e nem urinar. Reuniram-se alguns médicos em sua casa, para analisar seu estado clínico. Esta junta médica foi composta pelo Dr. Paulino Longo, Dr. Otávio Leme (professor da Escola Paulista de Medicina), Prof. Dr. Renato Bonfim, e o Dr. Ivo Define Frascar, médicos estes renomados na área de neurologia. Após examiná-lo minuciosamente, ele foi imediatamente internado no Instituto Paulista, o qual um dos médicos era diretor. O Instituto se localizava numa travessa da Av. Paulista. Lá ficou internado pouco mais de um mês e, após este período, retornou para sua casa. Seus pais contrataram um italiano, chamado Lance Fortunato, que fazia secções de fisioterapia. E com ele, Sergio aprendeu também um pouco da língua italiana. Após mais ou menos um ano de fisioterapia, foram feitos vários exames no Hospital Samaritano, para ser reavaliado novamente seu estado clínico. Com os resultados obtidos, seu pai foi recomendado por um de seus sócios nos negócios, Sr Lázaro Ramos Novaes, que ele fosse fazer sua reabilitação nos Estados Unidos, visto que aqui no Brasil, infelizmente, ainda não existiam centros de reabilitação tais como a AACD, Lar Escola São Francisco, Sara Kubitchek., etc... Lázaro também tinha um filho, Alfredo Ramos Novaes, o Alfredinho, que também tinha sofrido um acidente, ao mergulhar num rio, que estava raso, na cidade de Taquaritinga, onde moravam seus avós. No acidente, após bater a cabeça na areia do fundo do rio, sua coluna cervical foi comprida deixando-o tetraplégico. Seu pai, José Del Grande, acertou com o Sr. Lazaro Ramos, para que, Sérgio fosse transferido para o Estados Unidos, e ficasse internado no Kesller Institute Four Rehabilitation, onde o Alfredinho já estava fazendo reabilitação. Alguns dias depois, Sérgio juntamente com seu pai José, seguiram para os Estados Unidos. A REABILITAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS A viagem, embora tenha sido feita de avião, levou 24 horas para chegar ao seu destino. Partiram de São Paulo, rumo ao Rio de Janeiro, num Douglas DC-3, da Real. De lá, pegaram um Super Constelation, da Pan-Nan, rumo à Nova Iorque, com escalas em Belém–PA, e em Pôrto Rico. Ao desembarcar no Aeroporto de Laguardia, N.Y. Sérgio foi imediatamente transferido numa ambulância para a cidade de Wiste Orange, estado de New Jersey, para o Instituto Kesller. Este translado foi de aproximadamente 100 quilometros. Lá chegando foi recepcionado pelo próprio Dr. Kesller e pelo brasileiro Alfredinho. Ficou alojado em um quarto com outros deficientes. Seu pai ficou hospedado em outro local, pois as normas daquele centro de reabilitação não permitiam que seus internos ficassem com acompanhantes, pois deveriam se habituar a serem independentes. Nas primeiras semanas foram feitos vários testes para medir a resistência de seus músculos. Após ser confirmado que eles estavam atrofiados por falta de estimulo, foi feito um primeiro aparelho para que ele pudesse ficar em pé. O sistema de reabilitação era realmente voltado para a independência do paciente. As grandes indústrias automobilísticas de lá, tais como Ford, Chevrolet, Chrisler, entre outras, cediam seus veículos já adaptados para que os pacientes pudessem aprender a dirigir. Foi assim que Sérgio, orientado pelo instrutor do Instituto, deu suas primeiras voltas dirigindo ele próprio o veículo. E assim descobriu a grande liberdade e independência que o deficiente tem dirigindo um automóvel ! Meses depois conseguiu ser aprovado no exame prático, e recebeu a licença para dirigir. No esquema da reabilitação no Instituto Kesller, o paciente era obrigado a praticar uma atividade esportiva. Ele poderia optar entre a natação, o arco e flecha, o basebol ou basquetebol em cadeira de rodas. Sergio optou pelo basquetebol, onde sua estatura grande, com 1,85 m de altura, lhe favorecia. Quase todos os sábados, haviam jogos com outros institutos de reabilitação, o que tornava esta modalidade mais interessante . No Instituto, as atividades eram muito intensas também nos fins de semana. Lá haviam muitos internos que eram mantidos por companhias seguradoras. Essas Companhias possuiam uma verba específica para que eles pudessem participar de atividades de lazer, tais como: ir a restaurantes, boates, parques de diversões, cinema, partidas de basebol, lutas de boxe, etc., Estes passeios eram muito importantes para os deficientes voltarem ao convívio social, para serem novamente incluídos na sociedade. Sérgio conta que a primeira vez que foi a um parque de diversões, após o acidente, se divertiu muito em vários brinquedos, com aquela sensação de liberdade e alegria. Numa determinada hora, entrou junto com o grupo num trenzinho. Quando este começou a se movimentar, é que ele ficou sabendo que estava no trem da montanha russa. Naquele instante ficou meio atemorizado, mas depois adorou a surpresa e principalmente a emoção. Outra atividade que eles freqüentemente faziam lá, era ir ao Drive-in onde, naquela época, o local era muito bem freqüentado. Famílias inteiras iam assistir os grandes filmes recém lançados pela industria cinematográfica e se deliciar com os sanduíches e refrigerantes, além, claro, das pipocas. Conta Sergio que as garçonetes serviam sanduíches e refrigerantes grátis para sua turma. Era a maior barato (barato mesmo). Após um ano de reabilitação, Sérgio ficou muito feliz e motivado. Nos fins de semana ia passear em Nova Iorque e outras cidades próximas, com seu próprio veículo, o que lhe propiciava liberdade e independência . Nesse período conquistou várias namoradas americanas, que, confessa ele, eram muito feias, incomparáveis com as nossas brasileiras. Ele estava de bem com a vida e com ele mesmo. Animado e querendo ser independente, estava até procurando emprego por lá, uma vez que a sua reabilitação já estava concluída. O Instituto já tinha feito a sua parte. Agora só dependeria dele a sua evolução. SUA VOLTA PARA O BRASIL Sua família percebeu que ele não queria mais voltar ao Brasil. Sua mãe preocupada, inventou uma história, juntamente com seu pai, para que ele viesse passar o natal de 1955, aqui no Brasil. Ele trouxe em sua bagagem nada mais nada menos que um Chevrolet Belair 1956, quatro portas sem coluna, com pintura saia e blusa (capota de uma cor e o restante de outra), pneus faixa branca larga, e o famoso farol lateral, instalado na coluna esquerda do parabrisa, chamado “caça mulata”. O veículo era hidramático, com alavanca de mudança de marchas na coluna da direção, e já veio adaptado, para que ele pudesse dirigi-lo. Esta adaptação serviu de modelo para que os irmãos Acerbi fabricassem o sistema aqui no Brasil, possibilitando com isso que vários outros deficientes pudessem dirigir automóveis. Ele trouxe também na sua bagagem uma cadeira de rodas dobrável, super moderna para a época. A VINDA DOS PAN-AN JETS Em conversa com o Dr. Renato Bonfim, um dos fundadores da AACD, Sergio comentou sobre o basquetebol em cadeira de rodas que era praticado por ele e outros deficientes físicos lá nos Estados Unidos. Dr. Renato demonstrou grande interesse pela modalidade utilizada também como reabilitação, e se empenhou bastante para que a equipe dos Pan-An Jets, viessem fazer apresentações aqui no Brasil. Os Pan-Ann Jets era uma equipe de basquetebol em cadeira de rodas, formada por funcionários deficientes da empresa de aviação Pan-Ann. Assim, em novembro de 1957 os Pan-An Jets fizeram duas apresentações aqui no Brasil. Uma foi no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. E a outra, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Aqui em São Paulo, a lotação do Ginásio foi completa. Durante a permanência dos Pan- An Jets aqui em São Paulo, Sérgio serviu também de cicerone para a equipe. Com isto fortaleceu ainda mais sua amizade com o jogador americano Gin Quellogue, que também havia feito sua reabilitação junto com Sérgio no Instituto Kesller. Este sugeriu a Sérgio que fundasse uma equipe de basquetebol em cadeira de rodas, aqui no Brasil. Quando da apresentação dos Pan-An-Jets aqui em São Paulo, Sérgio conheceu uma pessoa chamada Balmer, interessada em fabricar cadeira de rodas aqui no Brasil. Balmer queria sua moderníssima cadeira de rodas emprestada, para servir de modelo, para a fabricação de outras em sua industria. Sérgio emprestou com a seguinte condição: que ele fabricasse e doasse 10 cadeiras, pois sua intenção era de formar uma equipe de basquetebol em cadeira de rodas aqui em São Paulo. O Sr. Balmer aceitou a proposta de imediato. Após conhecê-lo melhor, soube que sua esposa era deficiente devido a um atropelamento que sofrera. O motorista que dirigia o automóvel no acidente,era o próprio Balmer. Após um período de convívio com sua vítima, eles se apaixonaram e se casaram. Hoje as indústrias Balmer, são algumas das principais indústrias de equipamentos médicos e ortopédicos do Brasil. A FORMAÇÃO DA EQUIPE DE BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS EM SÃO PAULO Quando o Sr. Balmer lhe entregou as 10 cadeiras, Sérgio iniciou a procura por atletas deficientes. O primeiro deles, foi o Lourenço, que mostrou muita habilidade, ao saltar de um bonde andando, na Av. Brigadeiro Luis Antônio e conseguindo se equilibrar nas muletas. Ele pensou: se ele faz isto no bonde, calcula na cadeira! Lourenço tinha grande amizade com deficientes que freqüentavam o então recém inaugurado Lar Escola São Francisco. Com isso foi relativamente fácil recrutar atletas para montagem do time. Lourenço também abriu as portas da Federação Paulista de Futebol, pois trabalhava lá. Sérgio ficou conhecendo o Sr. Júlio Fantausi, tesoureiro da Federação, e o Dr. Paulo Machado de Carvalho. Após os treinamentos, em fevereiro de 1958, foi feita a primeira apresentação pública dos Azes da Cadeira de Rodas, no Ginásio de Esportes Baby Barione, antigo DEFE. Foi um grande sucesso. Estavam prestigiando o evento, além do Dr. Júlio e Dr. Paulo Machado de Carvalho, o Sr. João Havelange, Laudo Natel, Murilo Antunes Alves, entre outros. FUNDAÇÃO DO CLUBE DOS PARAPLÉGICOS DE SÃO PAULO A repercussão desta apresentação aqui em São Paulo, foi muito grande e empolgante, sensibilizando grande parte da população, empresários, esportistas e políticos da época. Empolgados com o sucesso da excelente exibição realizada por Sérgio, Lourenço, Tomaz, Garcia, Janir, Hermínio, Dorival, Arthur, Pedrão, Paulinho, Coelho, entre outros, um grupo de paulistas resolveram unir forças para a fundação do clube que se chamaria CLUBE DOS PARAPLÉGICOS DE SÃO PAULO, cujo a equipe de basquetebol se chamaria Azes da Cadeira de Rodas. Decidiu-se então publicar um edital para fundação do clube que seria 28 de julho de 1958, em homenagem aos 1º Jogos Internacionais em Cadeira de Rodas, na cidade de Ailisbuiri, onde fica o hospital Stoke Mandeville, Inglaterra, comandado pelo Dr. Ludi Gutman. Este hospital foi pioneiro na prática de esportes para pessoas portadoras de deficiência física. Sérgio tinha como atividade profissional, fazer câmbio com estrangeiros que chegavam em Santos, na Casa Bancária Giordano. Eles vinham até São Paulo para trocar sua moeda. Sérgio se deu bem, devido a sua facilidade em falar outras línguas. Essa casa foi vendida para o Banco Bradesco e ai Sérgio passou a trabalhar na Ima Importadora, que trabalhava com importação de mercadorias tais como azeite carbonel, entre outras. Seu sonho, antes do acidente era, após se formar no científico, ir para Piracicaba e fazer engenharia agrônoma, na Escola Superior Luis de Queiroz. Como seu sonho foi sempre lidar na lavoura, seus pais compraram em 1962 a fazenda São Judas Tadeu, na cidade de Matão-SP. A partir daí Sérgio passou a gerenciá-la. No início plantou cana, mas com a queda do governo João Goulart, todos que haviam plantado este produto, se deram mal. Para que não se perdesse toda a plantação, parte da fazenda foi cercada e colocaram gado para comer a cana. Após dois anos se formou, em Matão, a Citrosuco. E ele, como todas as fazendas da região foram aconselhadas a plantar laranja, o que faz até hoje. SUA ESPOSA Em 1972 casou-se com Irene Aparecida Hotta, cuja história também é muito interessante. Irene havia ganhado, no ano 1965, o título de Miss Mato Grosso. Como um dos prêmios, ganhou um fusquinha zero km. Como não tinha muita prática para dirigir o veículo, o seu noivo, na época, foi ensiná-la a dirigir. Ao mudar de marcha da 3ª para 4ª o veículo alcançou grande velocidade quando estavam num areão fazendo com que o carro se desgovernasse e capotasse, sendo ela arremessada para fora do veículo, fraturando a coluna cervical. Foi transferida aqui para São Paulo, onde a AACD já existia, mas somente para o atendimento de crianças. Sensibilizado com sua situação o Dr. Renato Bonfim permitiu que ela fizesse reabilitação naquele centro. Irene foi a primeira adulta a ser atendida na AACD. Após vários meses de fisioterapia o Dr. Renato, fazendo papel de cupido, apresentou Irene para Sérgio, que, após levá-la para passear no seu irresistível Chevrolet Malibu, último tipo, foi onde tudo começou. Após quatro anos, eles se casaram, e permanecem juntos, muito bem, até hoje. A LUTA PARA ISENÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE VEÍCULOS PARA DEFICIENTES Por falar no Chevrole Malibu, foi Sérgio juntamente com Lourenço e outros deficientes que conseguiram a isenção para importação de veículos hidramáticos para deficientes físicos. A peregrinação para conseguir este feito não foi nada fácil. Primeiro foi marcada uma audiência com o então presidente do Brasil, Sr. Jânio Quadros, cujo o resultado foi satisfatório. Ele mandou um Projeto de Lei para a Assembléia para aprovação. Após sua renúncia, continuou a batalha com o presidente João Goulart, que, como se sabe, também não completou o mandato. Quem realmente aprovou a lei foi o Ministro da Fazenda Dr. Otávio Gouveia de Bulhões, no ano de 1965, no então governo do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. E logo após, em 1966, Sérgio importou, sem impostos, seu famoso Chevrolt Malibu. Com isto todos os deficientes do Brasil puderam adquirir seus veículos sem taxas de importação.

domingo, 7 de outubro de 2012

Regras de basquetebol de cadeiras de rodas

REGRAS DO JOGO DE BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS As regras do basquete em cadeira de rodas são muito semelhantes às do jogo de basquete tradicional. São feitas apenas algumas modificações que levam em consideração a cadeira de rodas, a mecânica da sua locomoção e a necessidade de se jogar sentado. REGRAS GERAIS Como no basquete tradicional são cinco jogadores em cada uma das equipes, com dois períodos de 20 minutos, usando 30 segundos de posse de bola. No caso de empate no fim do segundo período, uma prorrogação de 5 minutos será usada para o desempate. A QUADRA A quadra de jogo deve ter as dimensões de 28 m x 15 m, medidas estas que são requeridas para competições da IWBF. A quadra deve ser delimitada por linhas, sendo que as linhas de lance livre e de três pontos são de acordo com as regras da FIBA. A altura da cesta é a mesma do basquete tradicional (3,05m). A CADEIRA DE RODAS A cadeira deve se adequar a certos padrões para garantir segurança e competitividade. A cadeira pode ter 3 ou 4 rodas, sendo duas rodas grandes na parte traseira e uma ou duas na parte frontal. Os pneus traseiros devem ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um suporte para as mãos em cada roda traseira. A altura máxima do assento não pode exceder 53cm do chão e o apoio para os pés não poderá ter mais que 11cm a partir do chão, quando as rodas dianteiras estiverem direcionadas para frente. A parte de baixo dos apoios devem ser apropriados para evitar danos à superfície da quadra. O jogador poderá usar uma almofada de material flexível no assento da cadeira. Ela deverá ter as mesmas dimensões do assento e não poderá ter mais de 10cm de espessura, exceto para jogadores de classe 3.5, 4.0 e 4.5, onde a espessura deverá ser de no máximo 5 cm. Os jogadores podem usar faixas e suportes que o fixem na cadeira ou faixas para prender as pernas juntas. Aparelhos ortopédicos e protéticos podem ser usados. O cartão de classificação dos jogadores deve informar o uso de próteses e afins e indicar todas as adaptações na posição do jogador na cadeira. Pneus pretos, aparelhos de direção e freios são proibidos. Os árbitros devem checar as cadeiras dos jogadores no início do jogo, para que conferir se estas cadeiras estão de acordo com as normas estabelecidas. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE JOGADORES O basquete em cadeira de rodas é um jogo para pessoas com deficiências permanentes nos membros inferiores. O sistema classifica os jogadores baseado na observação de seus movimentos durante uma performance de habilidades de basquete como: empurrar a cadeira, driblar, passar, receber, arremessar e pegar rebotes. As classes são: 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5. A cada jogador é atribuído um valor em pontos igual à sua classificação. Os pontos dos cinco jogadores são somados para formar um time que alcance um determinado total de pontos. Para os Campeonatos Mundiais da IWBF, competições para-olímpicas, campeonatos locais e torneios classificatórios para esses eventos o time não pode exceder a 14 pontos. Cada jogador possui um cartão de classificação que deve ser usado durante o jogo. O cartão mostra a classificação do jogador, indicando também quaisquer modificações no seu assento e o uso de faixas ou aparelhos protéticos e ortopédicos. BOLA AO ALTO Cada período começa com a decisão da posse de bola (Bola ao Alto). O jogador não pode se levantar da cadeira (falta técnica). Portanto, os jogadores com o acento mais alto são beneficiados. No caso de uma “bola presa”, onde o jogador tem as duas mãos na bola durante a partida, cada equipe tem a posse de bola em lateral alternadamente. A direção da próxima posse em decorrência de uma “bola presa” é indicada por uma seta na mesa de controle. VIOLAÇÕES ESPECÍFICAS PARA O BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS Violações são infrações às regras, onde a equipe que a comete perde a posse de bola para a outra time, através da cobrança de lateral no ponto mais próximo ao local da infração. 1. Violações fora da quadra Um jogador está fora da quadra quando alguma parte de sua cadeira está em contato com a linha limítrofe ou fora dos limites da quadra. Se um jogador jogar a bola em um oponente para que ela saia da quadra propositadamente o oponente ficará com a posse de bola. 2. Regra de Progressão O jogador pode empurrar a cadeira por no máximo duas vezes antes de driblar, passar ou lançar a bola. Três empurrões em movimento, incluindo um pivô, constituem uma violação de progressão. 3. Regra dos 3 Segundos Um jogador não pode permanecer por mais de três segundos na área restritiva do oponente. Essa restrição não se aplica enquanto a bola está no ar durante um lance para a cesta, durante um rebote ou uma bola morta. Jogadores que permanecerem na área restrita por mais de três segundos cometem uma violação. 4. Regra dos 5 e 10 segundos Um jogador marcado de perto que está segurando a bola deve passar, lançar ou driblar em 5 segundos. Uma equipe deve trazer a bola da sua área de defesa para a área de ataque em 10 segundos. Demorar mais que isso nesses eventos resulta em uma violação. 5. Faltas Faltas são infrações às regras envolvendo contato físico com o oponente e/ou comportamento anti-desportivo. A falta é marcada contra o ofensor e a penalidade pode ser a perda da posse de bola, lance livre ou séries de três lances, dependendo da natureza das faltas. O jogador que cometer 5 faltas durante a partida, após o terminando esse estoque de faltas o jogador deve se retirar do jogo. 6. Falta Pessoal O basquete em cadeira de rodas é um esporte sem contato. Uma falta pessoal é aplicada ao jogador quando ele bloqueia, segura, puxa ou impede o progresso do oponente com seu corpo ou com a cadeira. Rudez desnecessária também é punida como falta pessoal. Para todas essas faltas, a cadeira é considerada como parte do jogador, e o contato não acidental entre cadeiras também constitui falta. 7. Falta Técnica A falta técnica é aplicada quando um jogador demostra conduta anti-desportiva, quando se levanta do acento da cadeira ou retira seus pés do apoio ou usa alguma parte de seus membros inferiores para obter vantagem desleal ou direcionar sua cadeira. Quando uma falta técnica é marcada, o oponente tem direito a dois lances livres. O arremessador é designado pelo capitão da equipe. Fonte: FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS

Basquete de cadeira de rodas